O comércio marítimo global enfrenta um momento de grande incerteza com a iminente greve da International Longshoremen’s Association (ILA) nas costas Leste e Golfo dos Estados Unidos. A greve, prevista para iniciar nos próximos dias, tem o potencial de paralisar operações essenciais nos portos e gerar bilhões de dólares em perdas econômicas diárias.
O Que Está Causando a Greve?
O principal motivo para a paralisação é o impasse nas negociações entre a ILA, o sindicato que representa os trabalhadores portuários, e a USMX, grupo que representa as empresas. Desde junho, ambas as partes não se encontram pessoalmente para discutir questões-chave como aumento salarial e automação portuária. Com o contrato atual se aproximando do fim, a falta de progresso nas negociações aumenta as chances de uma greve massiva.
Um fechamento prolongado de portos traria enormes consequências para o comércio internacional, impactando não apenas os Estados Unidos, mas todo o fluxo de mercadorias globais. Em meio a isso, associações de transportadores já apelaram à Casa Branca, solicitando intervenção. No entanto, a administração, que se posiciona como pró-sindicato, afirmou que não pretende encerrar a greve utilizando o Taft-Hartley Act, uma lei que permite intervenção federal em greves que afetam o comércio.
Preparação dos Portos e Transportadoras
Portos e transportadoras não estão aguardando passivamente pelo início da greve. Muitos já estenderam seus horários de operação, visando agilizar o movimento de mercadorias antes da paralisação. Hubs importantes de contêineres, por exemplo, estão ajustando prazos para retirada e devolução de cargas. Isso é especialmente crítico para remessas refrigeradas, que podem sofrer danos irreversíveis caso fiquem paradas nos pátios de contêineres durante a greve.
Além disso, algumas transportadoras marítimas já suspenderam a aceitação de novas reservas de exportação. A Hapag-Lloyd, uma das maiores empresas de transporte de contêineres do mundo, anunciou que os contêineres a caminho dos portos não serão redirecionados. Muitas transportadoras também começaram a implementar sobretaxas que variam entre US$ 400 a US$ 3.000 por FEU (contêineres de 40 pés) para rotas que envolvem as costas Leste e Golfo.
Impacto no Custo e no Trânsito de Mercadorias
O maior medo das empresas que dependem do comércio marítimo é a acumulação de taxas de armazenagem. Durante a pandemia, muitas enfrentaram grandes dificuldades em movimentar seus contêineres devido ao congestionamento portuário, resultando em despesas elevadas. Agora, com a expectativa de uma nova paralisação, a Federal Maritime Commission (FMC) emitiu um comunicado para evitar abusos. Algumas empresas já indicaram que suspenderão a contagem de tempo para essas taxas durante a greve, prevenindo um acúmulo de custos desnecessários para as empresas.
Contudo, os efeitos de uma greve prolongada não se limitam aos portos norte-americanos. A interrupção na disponibilidade de navios e contêineres em portos de origem na Europa e na Ásia poderá causar atrasos e aumentos de tarifas em rotas que não passam pelos EUA, afetando o comércio global de forma mais ampla.
Desvio de Cargas para a Costa Oeste
Enquanto muitos portos da Costa Leste e Golfo ficarem paralisados, algumas cargas serão desviadas para a Costa Oeste. Apesar do recorde de contêineres chegando aos hubs da região, os portos da Costa Oeste têm se mostrado bem preparados, graças às lições aprendidas durante a pandemia. Com melhor gerenciamento de chassis e capacidade de depósito, eles esperam lidar com o aumento repentino de volume.
Porém, um fechamento prolongado dos portos da ILA, que são responsáveis por aproximadamente metade do tráfego de contêineres dos EUA, ainda causaria congestionamento e atrasos nos portos da Costa Oeste. Isso pressionaria ainda mais as taxas de frete, que já estão em alta devido à demanda crescente.
A iminente greve da ILA e o fechamento dos portos nas costas Leste e Golfo trarão desafios significativos para o comércio global. Empresas em todo o mundo devem estar preparadas para lidar com atrasos, aumentos de custos e disrupções nas cadeias de suprimentos.
Agora é o momento de analisar suas operações logísticas e identificar rotas alternativas ou preparar-se para custos adicionais. Para manter suas operações fluindo, considere trabalhar com parceiros que ofereçam soluções logísticas integradas e maior flexibilidade em tempos de crise. Traga suas demandas e fale com a MVM para minimizar os impactos dessa greve no seu negócio.